Se a pixel art está mais uma vez no ponto de encontro em Gunbrella, o preto e branco de Gato Roboto dá lugar aqui a tons predominantemente ocres e outonais. Predominam as cores vermelho, laranja, amarelo e marrom, bastante tristes, e isso não é por acaso. Os desenvolvedores realmente apresentam sua nova produção como um jogo de ação e aventura noir-punk. Menos codificado do que steampunk ou dieselpunk, esse novo gênero parece igualmente sombrio e retrofuturista. A atmosfera de Gunbrella evoca claramente um faroeste ucrônico e deprimente, com alguns toques de humor mesmo assim iluminando o todo, principalmente durante os diálogos com certos NPCs. Mas certas referências rapidamente nos remetem a uma imaginação agonizante, como a cidade chamada… Orwell. A progressão na demo, que parece consistir no inÃcio da aventura, também revela uma vibe Lovecraftiana. A pixel art pode exibir pequenos personagens 2D fofos, mas rapidamente nos deparamos com um culto que sequestra habitantes para realizar sacrifÃcios humanos, com o objetivo de invocar uma criatura desagradável, bem próxima do herói-monstro de Carniça. O último também atuará como o chefe final da demo, enquanto o trailer do jogo também revela a presença de um rato gigante e alguns outros refinamentos sangrentos. Se o protagonista de Gunbrella é capaz de interrogar personagens e possui um caderno no qual os vários objetivos e pistas são anotados automaticamente, a jogabilidade dá destaque especial à ação e grandes respingos de sangue. E para se destacar da concorrência, tem um grande trunfo...
PELO PODER DO GUARDA-CHUVA!
O mais exigente de vocês certamente terá entendido imediatamente que a palavra Gunbrella vem da contração de "arma" e "guarda-chuva". Meia arma meio guarda-chuva, este equipamento realmente incomum parece ser a única arma do jogo, com diferentes munições ainda dando a ela diferentes usos. Os cartuchos básicos, disponÃveis em número infinito, provocam disparos do tipo espingarda, mas também conseguimos pegar munição com efeitos de metralhadora, além de granadas. É seguro apostar que o resto da aventura vai oferecer uma panóplia ainda mais variada. Talvez até seja possÃvel em algum momento atirar enquanto abre o guarda-chuva? A menos que a alternância entre tiros e guarda-chuva permaneça para não deixar o personagem dominado. Deve-se dizer que o utensÃlio de proteção já não carece de utilidade. Permite realizar uma corrida, portanto saltar mais alto se estiver orientado no ar, pairar e portanto abrandar e controlar as quedas, transformar certas cordas esticadas no cenário em verdadeiras tirolesas, proteger-se de certas picos presentes nos nÃveis e, acima de tudo, para bloquear a maioria dos tiros inimigos.
A cereja no topo do bolo: se o guarda-chuva for acionado pouco antes da chegada de um projétil, ele é devolvido ao remetente. Os embates transformam-se em verdadeiras coreografias onde alternamos e combinamos tiro, proteção, encaminhamentos e movimentos aéreos. Cada nÃvel pode, portanto, ser percorrido de uma maneira muito diferente. Os tÃmidos vão pairar e correr para evitar certos inimigos, enquanto os imprudentes vão correr para a multidão, protegendo-se nos momentos certos. Por enquanto, o nÃvel de dificuldade não é muito alto, pois a maioria dos inimigos morre após receber apenas um ou dois tiros certeiros. Além disso, bancos de backup regeneradores de vida são regularmente colocados nos conjuntos. Como o jogo não está planejado antes de 2023, o balanceamento tem muito tempo para ser revisto, assim como alguns bugs. Por exemplo, tivemos que lidar com um primeiro lançamento bastante perturbador, porque o jogo estava literalmente rodando em câmera lenta (à vista, a um quarto de sua velocidade normal), enquanto o modo de tela cheia parece proibir no momento a realização de capturas de tela no Steam. Nada para se preocupar nesta fase de desenvolvimento.