Os seguidores de The Dark Pictures sabem disso: o roteiro de cada episódio é articulado em torno de mitos ou eventos reais que alimentaram os diversos fatos das últimas décadas, até mesmo dos séculos passados. Após o SS Ourang Medan (Homem de Medan), as bruxas de Salem (Little Hope) e a Maldição de Akkad (House of Ashes), a Supermassive Games optou pelo serial killer HH Holmes. Considerado por muitos como o primeiro assassino em série americano, ele cometeu muitos crimes dentro de seu "Castelo dos Assassinatos" - um hotel na verdade - que abriu suas portas em 1893 por ocasião da Feira Mundial de Chicago. . Não vamos revelar nada sobre o enredo para não estragar o elemento surpresa, mas entre os elementos escritos e de áudio espalhados pelos nÃveis, alguns se referem sub-repticiamente a anedotas sobre HH Holmes, que sem dúvida devem interessar aos fãs do gênero. Em The Dark Pictures: The Devil in Me, Charlie (interpretado pelo ator Paul Kaye), chefe da produtora Lonnit Entertainment, é contatado por Granthem Du'Met, um rico arquiteto que herdou um hotel localizado em uma ilha isolada com caracterÃsticas bastante especiais. De fato, alguns de seus quartos seriam réplicas exatas do "Castelo dos Assassinos". A oferta do homem rico é simples: permitir que Charlie e sua equipe produzam um relatório sobre o famoso assassino. Com os negócios em declÃnio, Charlie encontra nesta proposta a oportunidade perfeita para reanimar o seu pequeno negócio e aceita o convite. É claro que, uma vez lá, as coisas não sairão como planejado.
Where The Dark Pictures: The Devil in Me é muito eficaz, porém, está na escolha de certos planos que ampliam a presença do serial killer. As cordas são grandes, o salto assusta muito gorduroso, mas pegamos com vontade porque é justamente isso que faz o charme do slasher.
Além de Charlie, a Lonnit Entertainment tem quatro membros que respondem a estereótipos dos quais The Dark Pictures tem dificuldade em se livrar. Em primeiro lugar, temos Kate (interpretada pela atriz Jessie Buckley), a estrela da apresentação que quer se realizar no trabalho, mesmo que isso signifique deixar de lado sua vida amorosa. Quem paga o preço é o cinegrafista Mark (Fehinti Balogun): sua auto-estima está em frangalhos, mas ele tenta manter uma boa cara. Já a técnica de iluminação Jamie (Gloria Obianyo), seu caráter assertivo permite que ela enfrente todos os perigos. Muito pelo contrário de Erin (Nikki Patel), a recém-contratada engenheira de som, que não consegue colocar um pé na frente do outro sem tremer de medo. Rapidamente percebemos que Charlie tem uma relação conflituosa com alguns deles, em particular com Jessie que já não suporta os seus métodos de trabalho. No entanto, ao contrário de The Quarry, que leva tempo para desenvolver seus personagens, The Dark Pictures: The Devil in Me não se importa e dá mais importância a como eles acabarão morrendo. No final – e mesmo que seja um dos grandes princÃpios do slasher – ficamos sabendo mais sobre o carrasco deles, e quando eles têm a infelicidade de cair em suas mãos, não sentimos absolutamente nenhuma empatia. Ainda é péssimo para um jogo cujo conceito se baseia justamente em escolhas cujas consequências podem ser dramáticas para os protagonistas. Além disso, ao final de nossa primeira corrida, que durou cerca de sete horas, apenas Jamie e Mark ainda estavam de pé. Vemos aproximadamente como poderÃamos salvar os outros membros do grupo, exceto aquele que, independentemente da decisão tomada, morre sistematicamente. Seu destino provavelmente se desenrola um pouco antes na aventura, o que permite lembrar que existe uma forma de reiniciar uma sessão a partir de um capÃtulo já jogado, e assim tentar mudar o rumo da história.
ELI ROTH'S HOSTEL
A Supermassive Games jurou que o manuseio de The Dark Pictures: The Devil in Me seria mais flexÃvel, e é verdade que em comparação com os outros episódios da série, os controles foram expandidos. Pode parecer surpreendente, mas foram necessários três anos para que os desenvolvedores considerassem adequado integrar a raça. É ainda mais cômodo explorar os lugares, até porque são cheios de segredos e outras premonições. Temos a possibilidade de aceder a zonas normalmente inacessÃveis deslocando as caixas antes de subir nelas, ou entrando em espaços estreitos. Saltar sobre buracos também faz parte da nova mecânica, assim como caminhar em equilÃbrio sobre uma viga. Esses controles, que não apagam completamente a rigidez de The Devil in Me, o tornam um pouco mais variado em termos de design de nÃveis, embora a abordagem permaneça bastante intervencionista no geral. Em relação à câmera, que não é consertada desde The Dark Pictures: Little Hope, à s vezes tem dificuldade em acompanhar as andanças dos personagens, como se a Supermassive Games tivesse esquecido de pará-la nos sprints recém-adicionados. Entre as outras inovações pensadas pelos desenvolvedores, está o fato de cada membro da Lonnit Entertainment ter seus próprios itens. Viciado em cigarro, Charlie consegue, por exemplo, iluminar lugares escuros com seu isqueiro e até destrancar gavetas com seu cartão de visitas. Erin, ela tem um inalador para acalmar seus ataques de asma e também é capaz de identificar a origem de um ruÃdo apontando seu microfone na direção certa. Kate, por sua vez, tem um lápis graças ao qual faz aparecer mensagens invisÃveis a olho nu. Quanto a Jamie, ela pode contar com seu multÃmetro para consertar os fusÃveis e sua lanterna, enquanto Mark nunca se separa de seu monopé e de sua câmera.
Esses objetos realmente agregam valor ao jogo? Depende. Se seu uso permanece clássico (Mark que desdobra seu monopé para alcançar um notebook colocado em altura), até anedótico (ainda se pergunta para que serve o multÃmetro de Jamie), certos eventos fazem com que eles possam se voltar contra nós. Aqui, novamente, preferimos deixar o prazer da descoberta para você. Por outro lado, dado que ainda não explorámos todos os ramos do jogo, ficam as dúvidas, principalmente no que diz respeito ao inalador de Erin. O mesmo vale para a câmera de Mark, que é suspeita de ter um impacto no resultado final, embora não tenhamos conseguido verificá-lo. Sem dúvida, as várias alternativas imaginadas pela Supermassive Games serão divulgadas no YouTube assim que o jogo estiver disponÃvel, incluindo as mortes. Além disso, The Dark Pictures: The Devil in Me não escapa das habituais questões capillotractées, incluindo uma que nos surpreendeu ao surgir do nada. Naturalmente, os QTEs não faltam, sendo a janela de ação mais ou menos estreita dependendo do nÃvel de dificuldade selecionado (é possÃvel modificá-lo na hora). Assim, quando alguém está escondido atrás de uma parede ou debaixo de uma mesa, o batimento cardÃaco é mais intenso e as teclas a serem pressionadas mudam ao longo do caminho. E quando se trata de quebra-cabeças, não espere milagres. Pegar chaves, ligar interruptores, recuperar códigos para aceder a este ou aquele quarto do hotel: não é com este tipo de puzzle que vamos quebrar a cabeça. Havia claramente algo melhor a fazer.
Se a Supermassive Games aperfeiçoou o design de som para tornar os momentos de tensão irrespiráveis, não podemos dizer que a dobragem seja a mais convincente. Seja o VO ou o VF, o estúdio realmente nos ofereceu muito melhor no passado – The Quarry, por exemplo.
Where The Dark Pictures: The Devil in Me é muito eficaz, porém, está na escolha de certos planos que ampliam a presença do serial killer. As cordas são grandes, o salto assusta muito gorduroso, mas pegamos com vontade porque é justamente isso que faz o charme do slasher. É muito mais difÃcil perdoar a mediocridade das animações faciais que nunca terão evoluÃdo ao longo desta primeira temporada. Eles literalmente nos tiram do jogo, o olhar vazio dos personagens criando uma discrepância com as emoções que deveriam sentir. Estamos bem no vale do estranho, claramente. De resto, The Devil in Me apresenta as mesmas qualidades (domÃnio da iluminação, interiores agradáveis) e as mesmas falhas (a rigidez das animações, os nÃveis exteriores ligeiramente menos arrumados) dos seus antecessores. Se a Supermassive Games aperfeiçoou o design de som para tornar os momentos de tensão irrespiráveis, não podemos dizer que a dobragem seja a mais convincente. Seja o VO ou o VF, o estúdio realmente nos ofereceu muito melhor no passado – The Quarry, por exemplo. Por fim, não podemos esquecer de mencionar a presença de opções voltadas para a acessibilidade (tanto para legendas quanto para QTEs) e o tradicional modo multiplayer. O programa não mudou: ou decidimos fazer campanha com um camarada online, ou encontramos quatro amigos e viramos o controle localmente para jogar um personagem por vez.