Teste de Bayonetta 3: terminamos o jogo e a bruxa não perdeu nada de seu charme

    Teste de Bayonetta 3: terminamos o jogo e a bruxa não perdeu nada de seu charmeO trailer da história lançado pela Nintendo há uma dezena de dias foi uma oportunidade para saber mais sobre a história de Bayonetta 3, mesmo que a PlatinumGames tenha misturado as coisas deliberadamente para não revelar tudo sobre a trama. Agora que finalmente acertou as contas com os anjos e os demônios, a bruxa da Umbra se depara com os Homúnculos, entidades biológicas criadas pelos seres humanos. Liderados por uma certa Singularidade, eles têm um prazer malicioso em destruir um universo após o outro, sendo os Alphavers obviamente o único lugar onde a ordem das dimensões pode ser restaurada. Paramos por aí para deixar o prazer da descoberta, mas assim como os dois primeiros episódios, Bayonetta 3 não brilha pela qualidade de sua escrita. Felizmente, as falas da heroína continuam sensacionais, o que contrasta com as banalidades expressas por certos personagens secundários, Enzo e Rodin no papel principal. Por outro lado, Jeanne comanda o quartel, assim como a novata Viola. Aprendiz de bruxa, sua ingenuidade não deixa Bayonetta indiferente, que se esconde atrás de suas provocações habituais para manter uma aparência de distanciamento. Partilhando a maior parte das missões, a sua relação serve de fio condutor até uma final que vemos chegar de longe, mas que, a nosso ver, dará conta do recado com os seguidores. E já que estamos falando de fan service, Bayonetta 3 vai além ao integrar de forma inteligente algumas referências à cultura pop que aceitamos de bom grado.

    Teste de Bayonetta 3: terminamos o jogo e a bruxa não perdeu nada de seu charme



     

    Se Bayonetta 2 deu a sensação de ter sido desenvolvido com ácido, é de se perguntar o que motivou as equipes da PlatinumGames, já que as oportunidades de recuperar o fôlego são tão raras. Mesmo durante as cenas cortadas, Bayonetta 3 continua chateado, como se os desenvolvedores tivessem estabelecido o objetivo final de arruinar o monitor de frequência cardíaca.



     

    Teste de Bayonetta 3: terminamos o jogo e a bruxa não perdeu nada de seu charmeAo contrário de God of War, que se tornou um mundo semiaberto desde o reboot/sequência lançado em 2018, Bayonetta quer se manter fiel aos seus princípios e por isso continua a correr níveis lineares. Para não perder o jogador na monotonia, desafios escondidos aqui e ali surgem para atiçar nossa curiosidade e nos encorajar a desviar da roda principal. Apesar de tudo, sentimos que este não é um exercício em que a PlatinuGames se sobressaia, até porque as fases da plataforma são bastante vacilantes. A culpa é de uma câmera sempre difícil de posicionar e de controles extremamente carentes de precisão, principalmente em espaços pequenos. Com isso, acabamos focando apenas no que construiu a lenda do estúdio de Hideki Kamiya e Atsushi Inaba: a ação desenfreada. Se Bayonetta 2 deu a sensação de ter sido desenvolvido com ácido, é de se perguntar o que motivou as equipes da PlatinumGames, já que as oportunidades de recuperar o fôlego são tão raras. Mesmo durante as cenas cortadas, Bayonetta 3 continua chateado, como se os desenvolvedores tivessem estabelecido o objetivo final de arruinar o monitor de frequência cardíaca. Nos encontramos presos em um vórtice de poder louco e, se esquecermos tudo ao nosso redor, podemos muito bem completar o jogo em um dia. Os puristas se encontrarão em terreno familiar, com a mecânica básica preservada. Usando combinações de teclas, portanto, batemos todos os tipos de combos, com claro as armas para alongá-los e tentar obter a melhor medalha possível ao final de cada verso.

     

    A BRUXA DA RUA MOUFFETARD


     

    Teste de Bayonetta 3: terminamos o jogo e a bruxa não perdeu nada de seu charmeO Witch Time (ou Envoûtement) também está presente. Só para constar, após uma esquiva executada em tempo, os movimentos do inimigo são retardados, permitindo que Bayonetta inflija o máximo de dano a eles. Os ataques sádicos também estão de volta, junto com a Apoteose e seus castigos infernais. Como era de esperar, a PlatinumGames fez algumas alterações, a começar pelo facto de já não haver forma de equipar armas aos pés ou às mãos. Em vez disso, a heroína agora pode contar com as máscaras demoníacas – algumas das quais retomam ideias conhecidas como o sistema de bestialidade, entre outras – simbolizadas por dois slots cada um contendo uma arma diferente. Além de poder mudar de um para outro a qualquer momento durante a luta (L), o que é particularmente interessante é que eles têm características próprias e, portanto, oferecem a possibilidade de escolher seu estilo de jogo dependendo da situação. Diante de adversários que tendem a atacar pelo ar, será preferível optar por uma arma de longo alcance. Por outro lado, contra unidades terrestres, podemos favorecer a potência sem necessariamente pensar no alcance. É monstruoso em profundidade, e ainda mais se você adicionar a dança de submissão, o outro grande novo recurso introduzido em Bayonetta 3.


     

    Teste de Bayonetta 3: terminamos o jogo e a bruxa não perdeu nada de seu charme

     

    Especificamente, ao manter ZL, a protagonista pode convocar golgoths e controlá-los diretamente para que lutem ao lado dela. É notavelmente fluido, pois assim que você solta a chave, o monstro retorna ao seu covil. Quando você domina o truque depois de ter trabalhado nele na sala de treinamento, pode ver verdadeiros balés que iluminam a tela, cada demônio exibindo particularidades que o distinguem dos outros. É óbvio que PlatinumGames estudou a coisa para oferecer o máximo de opções, sejam ofensivas ou defensivas. Tenha cuidado, porém, porque a dança da submissão é emoldurada por duas restrições. A primeira é que consome energia mágica cuja barra se regenera gradativamente. A segunda – e provavelmente a mais importante – diz respeito a Bayonetta, já que ao controlar a criatura, ela se expõe aos golpes inimigos ao mesmo tempo. Para ser honesto, em dificuldade normal, nunca nos perguntamos, intoxicados por essa simbiose entre a bruxa da Umbra e seu companheiro demoníaco. Por outro lado, num nível superior, com inimigos que ferem muito mais, é melhor tirar um tempo para pensar dois segundos antes de recorrer à dança da submissão. Poderíamos resumir Bayonetta 3 a uma estúpida sobreposição de cenas de ação – o tipo de armadilha contra a qual muitos beat 'em ups caíram – mas obviamente não é o caso. Há uma experiência real em combate epiléptico por trás disso, juntamente com uma ciência de ritmo a ser mostrada em todas as escolas. E mesmo quando o delírio parece acalmar, nos encontramos diante de um Homúnculo gigante. Simplesmente louco.

    Teste de Bayonetta 3: terminamos o jogo e a bruxa não perdeu nada de seu charme


     

    Poderíamos resumir Bayonetta 3 a uma estúpida sobreposição de cenas de ação – o tipo de armadilha contra a qual muitos beat 'em ups caíram – mas obviamente não é o caso. Há uma experiência real em combate epiléptico por trás disso, juntamente com uma ciência de ritmo a ser mostrada em todas as escolas.


     

    Teste de Bayonetta 3: terminamos o jogo e a bruxa não perdeu nada de seu charmeHá tanto a dizer sobre a jogabilidade que necessariamente ignoramos certos elementos que você descobrirá por si mesmo. No entanto, impossível não deter alguns momentos em Viola que é claramente menos experiente que Bayonetta. Além disso, sentimos isso em seu manuseio, pois só pode invocar um demônio (Chouchou) sobre o qual não temos controle durante as lutas. A vantagem é que enquanto o seu amigo felino está a limpar a zona, temos a possibilidade de continuar a lutar com as nossas próprias mãos e assim evitar sermos tidos como traidores. O outro ponto a fazer com Viola é que o Encantamento não é ativado desviando de ataques, mas contra-atacando-os (R). Uma abordagem que não só põe em causa anos de prática, mas sobretudo impacta o fluxo e torna a rapariga uma personagem menos graciosa do que a bruxa. Ela é mais direta, mais brutal, mais agressiva e conta apenas com duas armas: sua katana e seus dardos. Apesar das habilidades desbloqueáveis ​​sobre os orbes coletados, Viola exibe uma lista de comandos muito menos extensa – para não dizer mais básica – do que a de Bayonetta. Provavelmente era o preço a pagar para permanecer consistente com seu status de novato. Observe que, como seu modelo, ela é capaz de entrar em estado de raiva e, assim, se beneficiar de um excesso de força e velocidade que é muito útil em momentos quentes. Notamos também que o Witch Time é mais tolerante com Viola, sendo a janela de execução mais ampla do que com Bayonetta. Você pode até enviar spam para R para não se incomodar.

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    DEMÔNIOS DA MEIA NOITE

     

    Teste de Bayonetta 3: terminamos o jogo e a bruxa não perdeu nada de seu charmeJeanne não fica de fora pois tem direito a interlúdios (quatro no total) que mais parecem um jogo de plataforma 2D. Encarregado de se infiltrar em um centro de pesquisa, ele evolui na maioria das vezes se escondendo atrás de uma porta, de um móvel ou de um duto de ar. A vantagem de agir nas sombras é dupla: não alertar toda a cavalaria e eliminar os guardas de uma só vez. Se um inimigo passar perto do nosso esconderijo, podemos neutralizá-lo discretamente. Depois, também não devemos esperar Metal Gear Solid no sentido de que a IA é bastante primitiva. De fato, se um Homúnculo nos avistar, ele simplesmente nos atacará e absolutamente não tentará nos perseguir durante o nível. Dá até origem a situações absurdas, como desaparecer em um duto de ar na frente de seus olhos e removê-lo logo atrás de nosso esconderijo. Na verdade, é especialmente o relógio que você deve prestar atenção, cada missão deve ser concluída dentro do tempo previsto. Claro, ampulhetas estão espalhadas por toda parte para raspar segundos preciosos, e você também deve ter em mente que Jeanne tem seis corações como barra vital. Não tão nervosos quanto caminhadas nos diferentes universos, esses interlúdios, no entanto, oferecem sua parcela de ação, e algumas armas secundárias estão disponíveis para torná-lo mais irritante se for a única solução. Último detalhe importante: o acólito de Jeanne não pode em nenhum momento invocar um demônio do inferno.

     

    Teste de Bayonetta 3: terminamos o jogo e a bruxa não perdeu nada de seu charme

     

    Podemos ficar cativados pelo talento da PlatinumGames, mas o fato é que Bayonetta 3 continua perfectível, principalmente no que diz respeito à legibilidade dos confrontos. É como se os desenvolvedores se deixassem levar pela paixão: mesmo tentando encontrar o melhor ângulo possível, algumas lutas são confusas demais para saber quem está fazendo o quê. Nesses momentos, garantimos desenhando ataques que varrem boa parte da tela. E então, exige o Nintendo Switch, os desenvolvedores tiveram que levar em consideração as limitações técnicas do console para não trair a grandiloquência da encenação. É verdade, haveria falhas nas texturas, nos efeitos visuais, no aliasing, no popping, nas poucas decorações insípidas ou na qualidade visual em docked, mas o principal era garantir os sacrossantos 60fps. Missão cumprida ? Em parte. Se é notavelmente estável durante as lutas, ainda observamos algumas quedas de framerate quando os eventos se empolgam. A prova de que a PlatinumGames não se contentou completamente com suas ambições artísticas (algumas cenas são realmente de dar água na boca, sem falar nas lutas contra chefes que impõem respeito) e que Bayonetta continua sendo um dos raros beat'em ups a ter esse senso de o grande espetáculo. Aliás, não teríamos saído tão empolgados dos 14 capítulos sem essa trilha sonora que nos acompanha do início ao fim com uma precisão simplesmente incrível. Tiro o chapéu senhores.

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